Corri além dos vales amarelos
Transportando nos mais altos crepúsculos
As noites com que sonhava
A grama encarnada coberta de orvalho
Parecia estender-se como tapetes de algas
Murchas na maciês das colinas
A brisa gélida de quase junho
Transgredia a ponta do meu nariz
Como um toque sutil e ávido
Folhas secas voavam
E dividiam o céu alaranjado
Com pássaros cinzentos
Burlando o colorido som do vento
Que movia os galhos dos arbustos
Tudo era tão simples...
O cheiro da água cristalina
O jorro do pequeno córrego
Dobrava e erodia vagarosamente
As pedras que ali estavam depositadas
O tudo e o todo era sublime
Cobras e lagartos
Desenhavam estranhas figuras
Na areia pálida do descampado
Vagarosamente
Extremamente lento
O sol despontava como rei supremo
As cores do prisma
Delineavam ainda mais a paisagem:
Amarelo, ciano e magenta
E o sonho mudou de cor
Em 11/04/2003
Boa Vista do Tupim - BA
2 comentários:
Olá meu querido poeta
Adorei todas as suas poesias, gostaria de dizer a você que ao ler o poema,
Por alguns minutos me transportei ao seu mundo, conseguir viver um pouco de cada momento.
Senti que vc pode nos levar a vários lugares, e podemos voltar com um pensamento diferente de quando partimos.
O verdadeiro poeta e aquele que te faz viver o momento.
Tudo de bom sempre menino
Sds,
Leandra Moreira
Muito obrigado, Leandra!!
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