segunda-feira, 31 de maio de 2010

CESTA DE CEIA

O mapa na mão da mãe
A mesa no tear do poeta
Caía o potro no mato
Miro pro pato uma seta

Em maio o sapo na ceia
De capote ia o capeta
O pão caía da cesta
No peso do ato é esta

Muito caro está o pão
Em maio saio do mato
Peso o ato mato o cão
De capote miro o sapo

Em 01/09/2002
Boa Vista do Tupim - BA

POEMA MUSICAL

A presentear meus tímpanos silentes
Sequiosos de acordes, ritmos e melodia
Busco a beleza de versos ardentes
Como epodo em perfeita harmonia

São diversas as formas de expressão
Ousada, de protesto, comedida ou acústica
Cantando, dançando, gritando de emoção
É incrível o poder de alcance da música

Instrumento singular e transformadora
Na alma és passaro cantante
Na vida és caminho e condutora
Equilíbrio nos passos do ser errante

Erudita, clássica, popular e mundial
Eis para todos uma forma de gostar
Vivendo a alegria em tom genial
Crocitando os desejos da voz a cantar

Não importa os batuques, baticuns e bereguedês
A música vigora no ontem, no hoje e no amanhã
Ao som  dos tamobores, dos violinos ou maculelês
Como brilho metálico dos balangandãs

Em 23/08/2002 às 19h22min
Boa Vista do Tupim - BA

domingo, 30 de maio de 2010

PARADOXO DA DESORDEM


Brinco com o curto tempo que me resta
Pra falar do que não presta!
Se me cabe um adendo
Não aparo as arestas
Aos impuros, recorrendo
Os tabus, extremecendo
O diabo faz a festa

Diante do impossível
Melhor improvisar o dedutível
Desorganizar o compreensível
O óbvio, para o beléu
Um sacolejo no sensível
Os impuros para o céu
Do azedo prove o mel
O real do impossível

Demolir as convenções
Como ratos, roendo os padrões
De palácios a porões
O queijo fétido e apodrecido
Na calmaria dos tufões
Rememorando o esquecido
O mocinho e o bandido
Os honestos são ladrões

Em 02/10/2009
Serrolândia - BA

VARAL DE ILUSÕES

E o vento sacode o varal
Na moça se agita a gorjeira
O tecido adorna o quintal
A renda a revela faceira

Coloridos dançam os retalhos
Os cabelos edossam a harmonia
Folhas trepidam nos galhos
Num instante fulgaz de magia

As estacas ulam devagar
A Moça cantarola sedutora
É o tecido de sonho a gerar
Nos ichós da mente criadora


Em 22/08/2002 às 00h36min
Boa Vista do Tupim - BA

DIA DOS NAMORADOS

Não é preciso um dia especial
Para lembrar dos apaixonados
Não é preciso lembrá-lo materialmente
Para torná-lo especial
Não é preciso mostrar
Aquilo que já sabemos
O importante é saber viver cada dia
Sabendo que todos os dias
São dos namorados
O importante é fazer de cada dia
Um dia especial, mágico e transformador.

Boa Vista do Tupim
Junho de 2000

A SOCIAL EXCLUSÃO

Lá estão...
Espalhados pelo mundo
Em todos os cantos e lugares
Trapos do submundo
Abandonados à margem
Do que chamam de sociedade
Serão humanos?
Serão ratos e outros bichos?
O que serão, afinal?
Os miseráveis excluídos
Excluídos da Globalização
De um sistema de privilégios
Para poucos bem nascidos.

Somos espelhos desses miseráveis
Somos também miseráveis
Busquemos a inserção do homem
No mar da exclusão do homem
Somos identidade viva
Somos luta e temos força
Gritar quando for preciso
E dizer pra todo mundo:
Não queremos mais ser excluídos!

Da força do homem
Do olhar da criança
Do riso do velho
Do choro da mãe
Do grito do fraco
O homem não é homem
O homem que exclui
Nega sua própria existência

Boa Vista do Tupim
Abril de 2002

POESIA DE AMOR

Amo-te até demais
Quão maior é o meu desejo
Nas lágrimas das noites vazias
No lumiar da minha agonia
No sentido calmante de um beijo

Amo-te, necessito te amar
Tua aura incendeia meu espírito
Como a luz intensa de um cometa
De um brilho de alma perfeita
Rasgando o silêncio como um grito

Amo-te, amo-te
Te vejo na íris dos meus olhos molhados
Espectro da abstração do pensamento
Forma singular de um grande sentimento
Elos unidos, correntes quebradas, cadeados trancados

Amo-te, quero-te, adoro-te
Aroma suave, suave olor
Onipresença de toda a minha vida
E nestes versos que me dão guarida
Revelo-te todo o meu amor 

Em 17/12/2001
Boa Vista do Tupim - BA

O CHEIRO DAS CORES

O azul tem cheiro adocicado
meio floral
O vermelho cheira forte
quase visceral
O marrom exala o amadeirado
leve e achocolatado
O cinza tem cheiro mofado
de chão molhado
O laranja tem cheiro cítrico, azedo
tenho medo
O verde é silvestre
cheira à grama campestre
O rosa exala odor agradável
um cheiro palpável
O amarelo tem cheiro ardente
mexe dentro da gente
O preto é quase inodoro
tem cheiro de cloro
O branco tem cheiro bem macio
de dá arrepio
Com tantos aromas e odores
o difícil nesta vida é desvendar
o cheiro das cores

Em 24/02/2010
Quixabeira - BA





AMOR E FILOSOFIA

O revés da vida
Os passos do destino
O homem o outro homem
Pensamentos, solidão
As ideias, o mundo delas
O amor

Platônico, aristotélico, socrático
Encaixam-se os pequenos fragmentos
Do infinito da natureza das coisas
A ideologia do discurdo
O curso do sentimento
O amor

Dos mitos, dos deuses
Os astros em harmonia
A consciência mítica do real
Dos prés aos pós
A concepção filosófica
O amor

A ciência, dialética ceticista
Dogmas, religião, argumentos
Maiêutica socrática
"Só sei que nada sei"
No logos do meu pensamento
Do amor filosófico

O acaso, o caos
O encontro
As teorias, o sentimento
Amor e Filosofia

Em 25/01/2006

AMADOR POÉTICO I

Contudo não sou poeta:
gosto de poesia
Escrevo com sentimento
as formas do dia-a-dia

Não conheço formas corretas
muito menos estilos
Não sou de escola literária
s'ou isto ou aquilo

A poesia é mais que palavra
é mais que escrita
É sonho que brota da alma
de um poeta que grita

Poeta da sensibilidade
das coisas ditas comuns
Do concreto ao abstrato
privilégio de alguns

Ver o que não é visto
dar-lhe vida e sentido
Dos frutos da imaginação
dos momentos vividos

A função do poema amador
é ser simples e eclético
É ter sentido profissional
nas mãos do amador poético

Em 21/07/2002
Boa Vista do Tupim às 23h38min

RASCUNHO


Ele se abre
Num mágico espetáculo
Anotação sem sentido
Rimas sem lógica
Riscos e rabiscos
Palavras que se desdobram
Para dar sentido
Aos sentimentos
Para preencher espaços
Erros ortográficos
e muitas palavras.
Pode ser que você
O leitor desses rascunhos
Não entenda
O que se passa aqui
Eu sei
E pra mim faz sentido
Apenas nesses rascunhos
Poéticos
Rascunhos sintéticos
Monótonos, simbólicos
Românticos, semânticos
Clássicos, bióticos
Mas meus, meus contos
Rascunhos de poesia
Minhas poesias
Meus contos e poemas.

10/07/2002 às 23h55min

quinta-feira, 27 de maio de 2010

HIPOTÉTICA ÉTICA

Hipotética ética
Ética poética
Dicotômica e dialética
Moral, estética?
Palpável, imagética?
Ética, ética, ética...
Irreal e sintética
Emergência profética
Na escola é alfa, gama, beta
Alfabética
O que é ética?
Ah! Velhinha caquética!
Ética, ética, ética...
Convivência, tolerância
Ansiedade frenética
Hospitalidade, comensalidade
Pseudo-realidade
Hipotética ética
(?) tica
(?) ica
(?) ca
(?) aaaaaaaaaaaaa!!!!!

26/05/2010
Juazeiro - BA

Um Amador Poético


Este blog tem como objetivo a divulgação, principalmente dos vários poemas, poesias e textos que venho registrando ao longo da minha vida. Não tenho nenhuma pretenção de ser um poeta, mas gosto de poesia, assim como curto música, desenho, pintura, enfim, gosto da arte, da cultura. Servirá também este espaço para o registro das minhas atividades profissionais, meus pensamentos os diálogos que estabelecerei daqui pra frente no meio social em que vivo. Sejam bem vindos e caprichem nos comentários, me ajudem a fazer desse espaço um ambiente bacana.


Abraços!


Marcone Denys